estilo na gravidez

Estilo na gravidez

Vou abrir esse post com uma declaração bem sincera: tenho pavor de como a maternidade é vista na nossa sociedade – na minha bolha, isso tá mudando, grazadeus, mas ainda temos um longo caminho pela frente!

Todo esse papo de que “a mulher não conhece o amor verdadeiro até ser mãe”, “a maior realização da vida de uma mulher é a maternidade”, e por aí vai, me dá calafrios!

E quando você fica grávida, adivinha, um caminhão de idealizações (dos outros) cai em cima de você. As pessoas, direta ou indiretamente, cobram que você deixe de ser a mulher que você era até então para ser MÃE. Ponto.

Essa que só pensa no filho, que não fala de outro assunto, que não tem mais ambição, que não se realiza mais com o trabalho, que não transa, que não tem outros interesses. O que é, basicamente, deixar de ser um indivíduo, deixar de ser você mesma pra assumir só e somente o papel da maternidade.

E é por isso que, pra mim, é tão importante manter meu estilo na gravidez!

Pera, vou explicar.

estilo na gravidez

 

Eu entendo o vestir como algo muito além do simples me sentir bonita. Pra mim, o vestir tem a ver com me sentir eu mesma. Tem a ver com me expressar, me colocar pro mundo da maneira que eu escolho me colocar.

E continuar sendo eu mesma, justamente na maneira de me vestir, que é tão explícita, é uma maneira de falar “olha, vou ser mãe, continuo sendo mulher, continuo tendo uma história, continuo tendo uns tantos interesses, continuo me realizando com outras coisas que não sejam a maternidade.”

E “ser eu mesma” não significa que eu não mude, que a maternidade não seja uma revolução, que não vire a vida de cabeça pra baixo, não é isso! É só que, além de mãe, eu continuarei sendo outras coisas. E que não vou me reduzir pra caber na caixinha da mãe perfeita que a sociedade inventou pra nos aprisionar, encher de culpa e de neuras.

Agora, me contem aqui, vocês que já passaram por uma gravidez: como ficou a relação de vocês com o estilo durante esse período? O vestir foi uma ferramenta de autoestima e afirmação ou foi algo que se perdeu?

O que eu ando lendo:

Aliás, vou aproveitar pra dar uma dica de livro pra quem tá nesse processo de desconstrução da maternidade romantizada. Um amor conquistado: o mito do amor materno, da Elisabeth Badinter, é um livro bem denso e pesado, mas super, super importante pra gente quebrar alguns desses mitos e idealizações que eu falei lá em cima!

“Será o amor materno um instinto, uma tendência feminina inata, ou depende, em grande parte, de um comportamento social, variável de acordo com a época e os costumes? É essa a pergunta que Elisabeth Badinter procura responder neste livro, desenvolvendo para isso uma extensa pesquisa histórica, lúcida e desapaixonada, da qual resulta a convicção de que o instinto materno é um mito, não havendo uma conduta materna universal e necessária.”  

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