Feminismo e feminilidade não são mutuamente excludentes

Estou de acordo com a Chimamanda quando ela diz que nós fomos ensinadas a ter vergonha daquilo que é tradicionalmente feminino e acho que muito da rejeição à moda (não essa da indústria, mas essa do vestir e adornar-se) vem daí.

A partir da revolução industrial, o vestuário masculino mudou consideravelmente e, por isso, muitos autores dizem que os homens passaram a ignorar a moda, como se eles houvessem se “retirado” dela.

Outros, como a Elizabeth Wilson, vão dizer que isso é bobagem, que, na verdade, a moda masculina passou a ser mais austera, dando mais importância para modelagem do que para o ornamento. Mas que, mesmo nessa época, haviam modas a serem seguidas: cortes de cabelo, formatos de barbas e bigodes, o dandismo.

Muito longe de terem ignorado a moda, ela diz (e eu concordo, senão não estaria repetindo aqui) o que houve foi uma nova abordagem: mais sutil do que a anterior, mas ainda uma preocupação com a moda e a aparência.

Então, até mesmo essa ideia de que moda é coisa de mulher e, portanto, futilidade, algo que não deve ser levado a sério, pode ser refutada não em ambas as afirmativas: primeiro que “coisa de mulher” não é inferior a “coisa de homem”, mas também que moda não é coisa de mulher.

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