Se não tem certo e errado, pra que serve a consultoria?

Uma das coisas mais comuns de ouvir quando eu digo que sou consultora de estilo (e que já ouvia quando falava que era estilista) é “sou baixinha, posso usar tal coisa?” e variações dessa mesma frase. Quando eu respondo que “sim, todo mundo pode tudo”, as pessoas ficam meio confusas em relação ao meu trabalho. Se todo mundo pode tudo, pra que existe a consultoria?

A consultoria existe porque estilo é linguagem. A gente comunica muita coisa a partir da maneira que nos vestimos e, portanto, as pessoas com quem a gente cruza por aí, interpretam essas mensagens visuais.

Antes de dizer que isso é futilidade, que as pessoas não deviam julgar pela aparência, vale pensar que fazemos isso com absolutamente TODAS as informações visuais que recebemos. Nós “lemos” prédios, placas, paisagens, carros e, claro, pessoas.

O que acontece é que nem todo mundo domina essa linguagem, e quem não domina não consegue se expressar através do que veste.

E é por isso que não existe certo e errado. certo e errado simplifica uma coisa que, na real, é muito complexa.

Por exemplo, listras horizontais não engordam, mas elas fazem com que nosso olhar percorra a superfície na horizontal e, portanto, preste atenção na largura da superfície em questão. Daí, simplificando isso temos que “listras horizontais engordam”, o que virou ainda “gordinha não pode usar listras horizontais”. Do mesmo jeito, quando a gente cria linhas verticais no visual (como um casaco usado aberto, por exemplo), o olhar percorre essa área de cima a baixo, e, portanto, isso tem efeito alongador.

Então, claro, que a gente pode usar desses artifícios na hora de se vestir e que saber desses efeitos visuais facilita muito. Mas nunca, jamais, deve ser confundido com regra.

Porque essas regras têm alguns problemas graves:

  1. Desconsidera que nosso olhar não enxerga nossas partes separadamente, a gente olha para o todo. Se estamos com uma blusa de listras verticais por baixo de uma jaqueta aberta, criamos uma tensão entre o vertical e o horizontal e nosso olhar não mais se foca apenas na dimensão horizontal. E isso vale para todos os elementos que compõem nosso visual. Eles estão trabalhando em conjunto.
  2. Considera que todo mundo deve/quer parecer alta, magra e jovem. 
  3. Não considera as particularidades, gostos, vontades de cada um. E isso é sempre o que mais importa.

Se você é uma baixinha que não liga de ser baixinha, como é o meu caso, não precisa usar artifícios pra alongar a silhueta e nem precisa correr de composições “achatadoras”.

É por isso que não tem certo e errado… O que tem é o que você quer expressar e as melhores maneiras de fazer isso.

Então, a resposta é:

Baixinha pode usar saia midi? Pode! Gordinha pode usar listras horizontais? Pode! Tudo pode, é só descobrir o que te deixa feliz, confortável, se sentindo você mesma. A única regra é se sentir bem com você mesma.

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