The Good Wife e uma aula de estilo como comunicação
Outro dia, comentei lá nos stories do Instagram (já me segue por lá? @bureaudeestilo) que estou achando o figurino de Scandal péssimo! (Me julguem, mas é verdade! Vou assistir até o fim antes de escrever sobre ele, mas as minhas primeiras impressões foram péssimas! haha)
E muito gente lembrou do figurino de The Good Wife! Eu já falei sobre o figurino da Diane nos stories, mas achei válido trazer pra cá também (afinal, stories desaparece, né!?), porque eu acho um exemplo ótimo de como roupa formal não precisa ser uniforme e nem ser sem personalidade. Além de ser um ótimo exemplo também de como roupa comunica!
Figurino é ótimo pra pensar em roupa como forma de comunicação!
Bom, antes de mais nada, o legal de analisar figurino é que ele é mesmo todo pensado pra ajudar a contar a história daquela personagem (pelo menos quando o figurinista é bom, né?!). Pensa que num filme, ou mesmo numa série, a gente não tem acesso a todas as facetas daquela “pessoa”, mas a gente tem que ser capaz de entender qual é a dela, em pouco tempo, mesmo assim!
Então a roupa não só é essencial na narrativa. A roupa É narrativa!
Em cinco segundos de tela, a gente já tem que saber em que época se passa aquela trama (cenografia também ajuda, claro!), em que lugar (numa cidade? numa fazenda? numa tribo distante?), qual a ocupação, qual a relação daquela personagem em relação às outras e por aí vai…
Na vida, não é muito diferente, mas, nem sempre nosso “figurino” é tão bem pensado, o que, muitas vezes, acaba gerando conflito na recepção da mensagem!
Então, vamos falar do figurino da Diane Lockhart e da Alicia Florrick de The Good Wife?
Só pra contextualizar quem não viu a série, aqui vai a sinopse do site Adoro Cinema:
Alicia (Julianna Margulies) passa por uma humilhação pública quando seu marido, o procurador Peter Florrick (Chris Noth), é envolvido em um escândalo sexual e político. Após a prisão de Peter, ela precisa deixar a sua vida de dona de casa para sustentar os seus filhos, Grace (Makenzie Vega) e Zach (Graham Phillips). Alicia consegue uma vaga na firma de advocacia de Will Gardner (Josh Charles), um antigo colega da universidade.
Alicia Florrick
Como o título, sugere, Alicia faz a “boa esposa”, que volta a advogar depois de ter vivido 13 anos como mãe e dona de casa. O figurino dela é todo sóbrio e sofisticado – vale dizer que, antes do escândalo do marido, Alicia vivia num bairro de subúrbio classe (bem) alta de Chicago!
Alicia trabalha, quase sempre, de terninho em cores sóbrias, muitas vezes em looks monocromáticos (que comunicam seriedade, confiabilidade, profissionalismo, dentro desse contexto) e com caimento impecável (que é uma das coisas que mais comunica sofisticação!). Além disso, os tecidos são sempre mais encorpados e, dá pra ver pelo caimento, de fibras de qualidade!
Às vezes, ela também brinca com algumas cores vivas, sempre equilibrando com formas mais clássicas, o que, na trama, faz muito sentido! Não vou dar spoilers, mas Alicia também tem momentos menos “boa moça”, digamos assim! hehe
Diane Lockhart
Agora, meu coração bate forte mesmo é pelo figurino da Diane. Que coisa maravilhosa, minha gente. Que belo exemplo de como roupa formal não precisa ser um tédio!
É o seguinte, Diane é uma das sócias da firma de advocacia que a Alicia vai trabalhar. Ela é uma mulher super bem-sucedida, segura de si, dona da própria vida. Diane é democrata, feminista, dedicada à carreira.
É claro que, sendo advogada e, ainda por cima, uma das donas do escritório, ela precisa de looks bem formais (acho que Direito ainda é uma das áreas mais conservadoras em termos de dresscode!) e ela passa uma parte considerável da série de terninhos e, uma outra, menor, de vestidos, mas acompanhem comigo como até o terninho pode ser cheio de personalidade!
Aqui nessa foto dá pra ver bem as diferenças de estilo entre a Alicia e a Diane, né?! Seja nas cores (mais sóbrias pra Alicia, mais vibrantes pra Diane), seja na modelagem (bem clássica pra Alicia, mais geométrica e arquitetônica pra Diane), seja nos acessórios (discretos pra Alicia e marcantes pra Diane).
Não tem certo e errado! Tem duas mensagens diferentes que precisam ser comunicadas. E que aqui foram – com maestria!
PS: Amo falar sobre figurino, mas a maior dificuldade é encontrar imagens decentes na internet! Portanto, perdoem aí a qualidade não tão boa quanto eu gostaria!
2 Comentários. Deixe novo
Eu gosto que o figurino da Alicia muda durante a serie, vai ficando cada vez mais “afiado” e menos dona de casa tradicional, acompanhando a curva de mudança dela durante a série toda.
Sim! Verdade! É muito legal mesmo… Outra série que faz isso muito bem é Mad Men! Pra mim, um dos melhores figurinos ever!