Um pouco sobre tecidos: fibras naturais x sintéticas

Conhecer tipos de tecidos e saber das propriedades de cada um ajuda demais na hora de escolher o que entra no guarda-roupa. Conhecendo, a gente consegue avaliar o que funciona melhor em cada ocasião da (nossa) vida, que sensações cada um proporciona para quem veste, que mensagens comunica (como fazem a gente se parecer), para que temperaturas cada material funciona melhor e no que pode valer investir mais ou menos.

Todo tecido é feito de fibras, e essas fibras podem ser:

NATURAIS = encontradas prontas na natureza, como algodão, linho, seda e lã;

ARTIFICIAIS = produzidas quimicamente com matérias-primas naturais (principalmente da celulose), como viscose, cupro, tencel/liocel e acetato;

SINTÉTICAS = produzidas pelo homem com matérias-primas não-naturais (principalmente petróleo), como poliéster, poliamida, acrílico, nylon e elastano.

Tecidos naturais são geralmente mais gostosos de vestir, tem toque mais agradável e permitem que o corpo respire. As fibras sintéticas tem toque mais áspero, mesmo quando tem caimento maleável, e por isso tocam a pele de maneira não tão suave. (Dependendo do tecido e da temperatura de onde a gente vive, pode ser até desconfortável passar o dia sentada com calça/saia sintética!)

O que é feito em tecido natural sempre carrega uma aparência mais refinada-clássica do que o que não é natural. Esses tecidos podem amassar bastante, mas também desamassam com o próprio uso — então mesmo quando se passa muito tempo vestida de algodão, linho, seda ou lã, ainda se tem sensação de estar impecável.

Os materiais sintéticos, derivados do petróleo, muitas vezes tem um brilho extra que deixa as peças super informais, com um aspecto um pouco mais grosseiro e menos sofisticado. No entanto, alguns materiais sintéticos tem uma pegada “tecnológica” que pode ser bem interessante também, dependendo da proposta.

Peça feita 100% com fibras naturais é sempre mais fresquinha: no calor, mesmo peças escuras – se feitas em algodão, seda e afins — dão menos sensação de calor do que peças sintéticas. Faz mais sentido também pensar em camisa soltinha de tecido natural do que em regata justa de tecido sintético, entende?

Por outro lado, tricôs feitos com fibras sintéticas aquecem mais sem precisar ser volumosos ou super espessos (e geralmente custam menos!). Uma boa ideia é usar camiseta justinha de algodão por baixo, para o toque gostoso na pele, e então usar tricôs finos por cima para aquecer.

Fibras sintéticas rendem mais bolinhas e podem derreter/queimar/marcar no ferro super quente, então demandam sempre uma atenção extra na hora de lavar e passar. Fibras naturais são mais resistentes, mas podem soltar cor e sedas super finas precisam de carinho extra na sua limpeza (sempre à mão!) — geralmente custam mais!

Os tecidos podem ter “nomes fantasia”, por exemplo: a gente pode chamar de seda (e até reconhecer, pelo toque, algo como seda) mas a composição desse tecido ser 100% sintética. Todas as peças de roupa que a gente compra por aí trazem nas etiquetas internas a descrição certinha da mistura de fios que os compõem — inclusive com porcentagem de cada um.

E aí, entendendo essa etiqueta de composição, a gente pode avaliar o que vale mais a pena a partir das nossas próprias demandas pessoais (de estilo, conforto, orçamento, sensações desejadas, aspirações e até de códigos profissionais de vestir) — sem precisar de regras ou de “certo” x “errado”.

E agora, me conta, você costuma olhar a etiqueta de composição antes de comprar uma peça de roupa nova?